Lixo em restaurantes: repensar processos pode ajudar o planeta e o bolso

Souconhecimento/ Outubro 28, 2019/ Estrutura Física, Higiene Ambiental/ 1 comments

Ao abordar o tema lixo em restaurantes, devemos pensar no alto fluxo de pessoas e alto consumo em curto período de tempo que tais estabelecimentos provocam, impactando a cidade como um todo.

Sendo assim, implantar práticas que levem a redução de lixo em restaurantes é de fundamental importância para o município e, em consequência, para o meio ambiente.

Silva, A.L. (2013), ao medir durante uma semana os resíduos de um restaurante com fluxo médio de 180 pessoas por dia, pesou uma quantidade total de 109,7 kg de resíduo. Desses, apenas 31,1 kg não eram recicláveis.

Embora alguns estabelecimentos possam ter uma geração de resíduos menor, o estudo indica um índice maior do que quando comparado aos lixos produzidos em domicílios.

Nos residenciais, a Abrelpe (Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais), em 2013, indica que neste ano cada brasileiro gerou em média 383 kg de resíduo urbano (1,05 kg por dia).

Sendo assim, em uma residência de 3 habitantes, por exemplo. seriam gerados em média 21 kg de resíduos por semana, 5 vezes a menos do que os estabelecimentos comerciais.

Por outro lado, o resíduo gerado pelos estabelecimentos comerciais, é considerado em grande parte um “lixo útil”.

O conceito de resíduos recicláveis está se expandindo pois até os resíduos orgânicos podem ser reciclados naturalmente através da compostagem.

Além dos resíduos orgânicos, o óleo vegetal utilizado em preparações nos estabelecimentos pode ter um destino nobre. Se bem armazenado e destinado a empresas de reciclagem e/ou empresas especializadas em material de limpeza seu destino pode ser a produção de:

  • resina para tintas;
  • aditivo de ração para animais;
  • sabão e detergente;
  • glicerina;
  • biodiesel.

É mais simples do que se parece dar o destino correto aos resíduos comerciais, basta apenas os responsáveis pelo local e seus funcionários estejam engajados no assunto.

Para isso, a conscientização ambiental e monitoramento contínuo de seus resíduos é fundamental para a redução no descarte de resíduos em aterros sanitários.

Como conscientizar os estabelecimentos?

É importante que o local aceite propostas e busque alternativas para dar o destino correto daquilo que se gera no estabelecimento. O consultor de alimentos pode auxiliar o estabelecimento a pensar fora da zona de conforto neste assunto.

Materiais didáticos, reuniões periódicas, divulgação de imagens e palestras são algumas alternativas para o engajamento de todos no estabelecimento.

Possivelmente, nem eu e nem você, caro leitor, iremos sofrer de verdade os impactos da nossa desenfreada geração de resíduos e as consequências de seu descarte incorreto.

Entretanto, é nosso dever pensar e repensar maneiras de amenizar esse impacto no presente!

Certamente, o aspecto financeiro é um motivador de mudanças.

Os municípios já começaram a se manifestar e algumas mudanças já estão sendo aplicadas.

No município de São Paulo, segundo o artigo 141. da Lei 13.478 de 2002, os estabelecimentos que produzem mais de 200 litros de lixo por dia devem contratar uma empresa privada para a execução dos serviços de coleta, transporte, tratamento e destinação final dos resíduos gerado. Além de pagar uma taxa anual de RS 228,00.

Sob pena de multa, para quem não cumpra com a legislação. Diante de leis como essa, o comerciante se vê impactado financeiramente e obrigado a repensar seus processos.

Diante disso, além da contratação de empresas especializadas, algumas estratégias podem minimizar o volume de resíduos gerados. Como, por exemplo, o uso de equipamentos responsáveis por triturar e prensar os resíduos do estabelecimento.

Como adequar os processos de trabalho na cozinha para o correto descarte de resíduos?

Destinar locais adequados para os diversos tipos de resíduos gerados auxilia na funcionalidade do processo de coleta seletiva, além do treinamento de funcionários.

Sabe-se que os processos na cozinha devem ser rápidos, portanto os locais adequados devem estar dispostos próximos ao local, obedecendo as boas práticas na manipulação de alimentos.

A coleta seletiva não deve ser um empecilho para o restaurante ou bar e, sim, um potencializador de resultados.

Opções alternativas de reciclagem:

Para os resíduos orgânicos, existem também mais de uma opção para sua reciclagem.

  • O uso da compostagem, processo natural em que os micro-organismos são responsáveis pela degradação de matéria orgânica, transformando-a em húmus.
  • Contato com produtores rurais de atividade familiar que utilizam alguns resíduos para a alimentação de porcos, conhecido como “lavagem”.

Ser mais sustentável é uma boa estratégia de marketing para o estabelecimento.

Todo mundo quer fazer sua parte para um mundo melhor, não é mesmo? Certamente, ao ofertar um estabelecimento mais sustentável, você estará vendendo essa ideia ao seu cliente.

No Brasil, já contamos com restaurantes zero lixo, onde desde os utensílios (biodegradáveis) até o destinos de sobras (compostagem) é pensado para gerar o mínimo possível.

Ainda pensando no marketing desse estabelecimento, o cliente ao se deparar na rua com inúmeros sacos plásticos, muitos deles abertos e com mau cheiro. Qual será a impressão do cliente do estabelecimento?

Portanto, seja pela questão financeira, seja pela responsabilidade ecológica ou seja pelos dois motivos, estabelecimentos devem repensar sua tradicional forma de descarte de resíduos.

A Sou procura auxiliar seus clientes a repensar esse processos e contou hoje com a ajuda da Sics Coleta Seletiva, de Ribeirão Preto, para escrever esse artigo para vocês.

Procure em sua cidade empresas capacitadas que realizam a coleta seletiva e procure conversar sobre maneiras de reduzir o lixo gerado e estratégias para reciclagem.

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