“Carne fake”: uma aposta arriscada?
A tendência que você já vê na televisão, a carne fake, vem gerando controvérsias entre o público em geral. Mas fato é, gostando ou não muita gente está curiosa sobre o assunto.
Sendo assim, donos de bares e restaurantes devem estar preparados para responder a pergunta de clientes: Vocês tem aquela carne fake que não é de animal? Ou até uma questão mais comum: Vocês tem opção vegetariana/vegana?
Em pesquisa do IBOPE, no início de 2019, o Brasil já contava com 29 milhões de vegetarianos e, segundo a pesquisa, em 6 anos esse número dobrou.
Por outro lado, em um estudo de 2017, do DataFolha aponta que 63% dos brasileiros gostariam de reduzir o consumo de carne.
Parece que diversos pontos motivam esse movimento, por exemplo:
- causa animal;
- o impacto ambiental da pecuária, ou;
- a saudabilidade (outra tendência forte dos tempos atuais).
A princípio, muitos torcem o nariz para as nomenclaturas, a própria chef Paola Carosella, esbravejou em seu perfil no twitter sobre a validade na produção dos tais hambúrgueres com sabor carne. Afinal, segundo a mesma, você quer coisas com sabor de carne? Coma carne!
Certamente, o assunto é polêmico. Concordamos com vocês.
Mas, podemos refletir as motivações por trás do sucesso dessa tendência. Parece que a ideia de comer algo “igual” carne, sem o peso da causa animal pode ser reconfortante para muitas pessoas que apreciam o gosto da carne animal.
Você, que está lendo esse artigo, já pensou em tentar reduzir seu consumo de carne?
Confessso que quem escreve hoje para vocês já pensou inúmeras vezes em parar o consumo de carne. Mas, como é díficil resistir a um hambúrguer!
Talvez seja por pessoas assim que a tendência pode pegar. E não estamos falando de pequenos restaurantes especializados no público vegetariano/vegano.
Bem como, a tendência chegou nas multinacionais e nas cadeias mais famosas de fast food, como o Burguer King e o MC Donalds. A Nestlé também entrou na onda com seu Awesome Burger.
E vamos esclarecer um ponto: não estamos falando de hamburgueres vegetarianos (de cogumelos, ervilha, soja, grão de bico…), estamos falando de receitas plant-based que imita (ou tenta) o gosto da carne animal.
Como resultado, as empresas responsáveis por essas inovações no ramo alimentício podem ser chamadas de empresas foodtech. A brasileira “Fazenda do Futuro” já é queridinha entre as celebridades, como a cantora Anitta e é repsonsável pela popularização da tendência no Brasil.
A receita do hamburguer da “Fazenda do Futuro” leva a proteína de ervilha, proteína de soja e de grão de bico, além de beterraba para imitar a cor e o sangue da carne.
Certamente, a escolha de ter uma opção vegetariana/vegana ou mesmo seguir a tendência da carne fake é uma decisão do proprietário do estabelecimento.
A Sou observa em sua rotina de consultor que muitos estabelecimentos perdem muitas preparações vegetarianas e veganas por baixa saída. Reforçamos que toda tendência é uma aposta e como toda aposta tem seus riscos.
Se o aumento do número de vegetarianos/veganos irá impactar nas vendas dessas opções, só o destino dirá.
Mas, lembre-se os funcionários devem estar preparados para atender as demandas dos clientes e se bem treinados, repassar essas demandas para os proprietários.
Portanto, o consultor de alimentos deve, além de possuir ótimo conhecimento das legislações, estar afiado com as tendências do mercado de alimentos.
Afinal, os processos de produção na cozinha podem ser diferentes e o funcionário deve ser treinado para as diversas situações.
Antecipadamente, avisamos que o valor nutricional dessa carne fake deve ser avaliado através da lista de ingredientes e os processos de produção. De nada adianta ou mesmo piora, uma tendência de mais um ultraprocessado para o prato do brasileiro.